Olá amigos,
Fundado em 14 de abril de 1912 na sede do Clube Concórdia, o Santos Foot-Ball Clube fez sua primeira partida considerada oficial em 15 de setembro daquele ano. Vitória por 3 a 0 diante do Santos Athletic Club, atual Clube dos Ingleses. No começo, as cores do Peixe eram azul, branco e dourado, em homenagem ao Concórdia. Mas, por conta do valor da confecção do fardamento tricolor (produzido na Inglaterra), decidiu-se pelo branco e preto. Na verdade, o Peixe nunca chegou a usar as três cores. Não demorou para o clube conquistar o seu primeiro título – 1913 – e erguer seu próprio estádio. Inicialmente o time atuava em campos espalhados pela cidade, mas passou a jogar em sua casa em 1916, já com o nome de Santos Futebol Clube, alterado na temporada anterior.
De 1921 a 1926, o Santos fez campanhas fracas no Paulista, mas foi neste período que começou a se formar o ataque dos 100 gols. Com uma base composta principalmente por jogadores jovens, o time não conseguiu conquistar seu primeiro título estadual, mas se tornou recordista em média de gols marcados em uma única edição da competição: foram 100 em 16 jogos, com a impressionante média de 6,25 gols por jogo. A incrível linha de ataque era formada por Araken Patusca, Siriri, Camarão, Feitiço e Evangelista.
A quantidade alta de gols marcados na década anterior continuou nos anos 30, e o time venceu o primeiro título importante da história. Em 1935, o Santos conquistou o Campeonato Paulista (mais detalhes no vídeo ao lado). Foi nesta década, também, que o profissionalismo chegou ao futebol brasileiro. Mesmo assim, o Peixe era constantemente prejudicado pela arbitragem, já que era de fora da capital.
Depois de conquistar pela primeira vez o Campeonato Paulista, o Santos sofre nos anos 40. É a década mais dolorosa para a torcida, que não comemora um título sequer durante o período. É nessa época, porém, que o Peixe revela Antoninho Fernandes. Pouco lembrado atualmente, o jogador é considerado um dos melhores que já vestiram a camisa santista. Ele se torna treinador nos anos 60. A história mostra que o time é muito prejudicado durante nessa década, um dos motivos para não ser campeão.
A década de 50 é extremamente importante para a história do Santos. E não apenas por causa dos títulos. É nessa época que o Peixe passa a ser a casa do Rei. O maior jogador da história do futebol desembarca em Santos em 1956, levado por Waldemar de Brito (veja detalhes no vídeo ao lado). Mesmo aos 15 anos, o craque não demora a passar para o time principal e começar a chamar atenção. A década também marca o início dos títulos e excursões. Neste período, são 17 conquistas entre competições oficiais – como os Campeonatos Paulistas de 1955, 56, 58 e 60 – e festivais – Torneio de Valencia e Troféu de Gialorosso, por exemplo.
Após um fim de década de 50 repleto de títulos, o Santos chega ao ápice de sua história nos anos 60. Todos os títulos possíveis são conquistados. Estaduais, Taça Brasil (o Brasileirão da época) Libertadores, Mundial, Taça Brasil. Por onde passa, o time é reverenciado. Além disso, se Pelé se torna um personagem mítico. Em uma partida contra a seleção olímpica da Colômbia, em 1968, por exemplo, o craque é expulso de campo ainda no primeiro tempo. Minutos depois, o árbitro que havia aplicado o cartão vermelho apanha dentro do gramado e é tirado do comando da partida. Após isso, o Rei do Futebol é intimado a retornar ao confronto. Exemplo do que Pelé e o Santos são capazes.
Com o fim da carreira de Pelé e o desmanche do time multicampeão da década passada, o Santos inicia uma fase de vacas magras. Sem dinheiro e tentando se recuperar após a saída do Rei, a equipe passa a ser formada basicamente por garotos, conhecidos como Meninos da Vila. Com o time de jovens, o Peixe volta a conquistar o Campeonato Paulista em 1978 – a última vez havia sido em 73, ainda com Pelé. Sem o maior de todos os tempos, o Alvinegro passa a ser um time comum, com alguns lampejos.
Após o título paulista de 1984, o Santos entra numa fase de ostracismo. A conquista estadual sobre o Corinthians é um raro momento de brilho. Em seguida, ser santista passa a ser um sofrimento. Falta de dinheiro, jogadores medíocres e péssimas administrações afundam o clube. Os alvinegros viram alvo de piadas. Uma fase que dura 18 anos sem títulos importantes – só volta a levantar um troféu de expressão em 2002: o Brasileirão de Robinho.
A fase do Santos no início da década de 90 segue complicada. O time continua com pouca qualidade e longe de conquistar títulos. As coisas começam a melhorar em 1995. Com o maestro Giovanni comandando o ataque, o Peixe chega à decisão do Campeonato Brasileiro daquele ano. A torcida contesta o empate em 1 a 1 na segunda partida contra o Botafogo por conta de erros do árbitro Márcio Rezende de Freitas – jogo de ida acaba com vitória dos cariocas por 2 a 1. No fim da década, dois títulos que dão ânimo para a torcida: o Rio-São Paulo de 1997 e a Copa Conmebol do ano seguinte. Prenúncio de que coisas boas estão por vir.
A melhor fase do Santos após a era Pelé. Apostando novamente na garotada, o time volta ao patamar de grande no Brasil. Em 2002, a segunda fase dos Meninos da Vila, com Robinho e Diego. Alguns anos depois, astros como Ganso e Neymar. Com tudo isso, o Peixe ganha novamente destaque fora do Brasil e se torna referência em vários quesitos. O marketing, por exemplo, consegue segurar o craque Neymar no Brasil mesmo com propostas praticamente irrecusáveis do futebol europeu.
Parabéns Santos Futebol Clube !!! 100 Anos de uma Linda História !!!
Um forte abraço
Adriano Vitória
Salvador, 14 de Abril de 2012.
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